A capacidade cognitiva é um conjunto de habilidades mentais que se desenvolvem ao longo da vida. São elas: a memória, atenção, linguagem, criatividade, dentre outras atividades que proporcionam autonomia de ir além do cotidiano.
Na Década do Envelhecimento Saudável, é preciso pensar em formas de promover o bem-estar e o retardo de doenças neurodegenerativas. Cada vez mais se fala em construir uma reserva cognitiva e isso pode ser feito com vários tipos de atividades, desde atividades intelectuais, estudo, leitura de livros, aprender língua estrangeira.
A geriatra e professora da Universidade Positivo, Caroline Macedo afirma que estudos comprovam que quanto maior escolaridade, maior essa essa reserva nesse estímulo cognitivo. A cultura também tem grande influência. “Através de música, filmes, ter uma vida social ativa e cada vez mais se fala sobre a intergeracionalidade, que é o acesso a esse convívio com pessoas de diferentes gerações”. Qualquer atividade que seja um novo aprendizado, estimula bastante o cérebro no sentido cognitivo, pode ser um esporte, um artesanato, uma habilidade manual diferente.
Alternar a rotina também pode ser uma maneira de estimular o cérebro. “Às vezes a gente pega sempre o mesmo caminho, sempre a mesma rua para ir para aquele destino, de repente, mudar a rota, trabalhar um pouco mais”. É uma forma de manter-se o cérebro em criatividade, em desafio às respostas cognitivas.
Outro ponto é a adaptação às telas. “A pessoa idosa pode ser resistente o uso da tecnologia. Mas quanto mais eu souber usá-la, eu consigo lidar melhor com essas novidades, com todas as atualizações, com aplicativos novos de conversa, de redes sociais, de pedir um carro, por exemplo. As novidades são muito rápidas e quanto mais coisas a gente souber e aprender, mais adaptados podemos estar.
Hoje a gente fala de envelhecimento saudável, não como ausência de doenças. A medicina avançou muito no sentido de conseguir controlar e cuidar de doenças que não têm cura. São as pessoas que vivem mais tempo com essas doenças bem controladas. “Um envelhecimento saudável não é só não ter doença, mas sobretudo ser funcional”. Garantir e manter a funcionalidade é a forma como conseguimos fazer nossas coisas de forma independente.
A especialista diz que, ao abordar as questões cognitivas, o que mais se estuda é a questão das síndromes demenciais. “Mas novos estudos têm demonstrado que os estímulos cognitivos e essas relações sociais, esses hábitos saudáveis, tem a ver com cuidado da saúde mental”. A prevenção, o controle e o manejo de doenças como depressão, ansiedade, que solam bastante na nossa sociedade atualmente, ainda são doenças muito veladas que ficam ali escondidas. “Quanto mais as pessoas conhecerem sobre esse processo, maior importância se dá para aquele tratamento de se apoderar mesmo dessa dessas decisões”, afirma.
Este conteúdo foi ao ar no quadro “Momento Saúde”, no programa Fala Paraná, da FARCOM, da última terça-feira (08). Ouça o conteúdo completo no site da FARCOM.