Mundialmente, o câncer de mama é o tumor mais comum no sexo feminino. No Brasil, é o câncer mais incidente em mulheres, excetuando o câncer de pele não melanoma, com mais de 73 mil novos casos novos estimados para o triênio de 2023 a 2025. 

Uma a cada oito mulheres desenvolverão a doença em algum momento da vida. A idade é um importante fator de risco não modificável e aproximadamente 75% dos casos ocorrem acima dos 50 anos, com a mediana de idade de 63 anos ao diagnóstico. Outros fatores de risco conhecidos e relacionados aos hábitos de vida são obesidade, ingestão de bebidas alcoólicas e sedentarismo. Condições genéticas e hereditárias estão relacionadas a aproximadamente 5 a 10% dos casos, a depender da localização, etnia e histórico familiar. 

O rastreio do câncer de mama tem como objetivo o diagnóstico precoce e impacta positivamente a morbimortalidade. No Brasil, a atual recomendação do Ministério da Saúde para rastreio na população geral, sem fatores de alto risco, é a realização de mamografia (MMG) a cada dois anos em mulheres de 50 a 69 anos, com maior benefício entre 60 e 69 anos. Em contrapartida, Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda a realização de MMG anual a partir dos 40 anos, considerando que aproximadamente 15% dos casos são diagnosticados em mulheres entre 40 e 49 anos. 

O rastreamento regular, como a mamografia, pode identificar o câncer de mama em estágios iniciais, aumentando muito as chances de tratamento bem-sucedido e reduzindo a mortalidade.  

Graças aos avanços no diagnóstico e tratamento, a mortalidade por câncer de mama tem diminuído significativamente em países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa de mortalidade caiu 42% desde 1989, resultado direto da detecção precoce e conscientização. Esses dados refletem não apenas a importância do rastreamento, mas também a adesão aos métodos preventivos. 

Apesar dos avanços, ainda enfrentamos desafios significativos, especialmente em comunidades com menor acesso a cuidados de saúde. Mulheres negras e em países em desenvolvimento muitas vezes enfrentam barreiras no acesso ao rastreamento e tratamento adequado, evidenciando a necessidade de políticas públicas mais inclusivas e equitativas. 

O mês de outubro é dedicado à conscientização sobre o câncer de mama através da campanha Outubro Rosa. Seu objetivo é alertar e educar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Todos os esforços visam garantir que todas as mulheres tenham acesso igualitário aos exames necessários para o rastreamento, aumentando assim as chances de cura. 

A prevenção é o melhor caminho contra o câncer de mama. Informação, conscientização e acesso aos cuidados de saúde são fundamentais para combater essa doença. Cada mulher deve estar informada sobre seus riscos e cuidados preventivos, garantindo uma vida mais saudável e longeva. 

Nossa missão é fazer com que toda população tenha acesso aos exames preconizados para rastreamento de forma equitativa e, assim, impactar positivamente nas maiores chances de cura. 

Este conteúdo foi ao ar no Momento Saúde da última terça-feira (22), no programa Fala Paraná, da FARCOM. Para ouvir o programa, acesse o site da FARCOM.

Pular para o conteúdo