A obesidade infantil é um problema multifatorial que vem afetando cada vez mais crianças ao redor do mundo. Segundo o Sistema de Vigilância Sanitária (Sisvan), do Ministério da Saúde, em 2023, a cada sete crianças, uma está com excesso de peso. Essa doença compromete o desenvolvimento e a saúde futura.
A nutricionista Thayna Guimarães explica que a causa da obesidade pode ser uma combinação de fatores genéticos, comportamentais e ambientais. “A genética pode predispor uma criança ao ganho de peso, mas fatores como dieta rica em calorias, falta de atividade física e padrões alimentares irregulares desempenham papéis significativos”.
Estudos mostram que o Brasil pode chegar a 20 milhões de crianças e adolescentes obesos até 2035, e 50% deles podem ter obesidade ou sobrepeso, segundo projeção do Atlas 2024.
Sintomas
A especialista afirma que no início, a obesidade infantil pode estar ligada a problemas sociais e emocionais, como isolamento social, disfunções alimentares (bulimia e anorexia), bullying ou baixa autoestima.
De maneira geral, os sintomas físicos são: ganho excessivo de peso, especialmente na região abdominal, gerando dificuldade em realizar atividades físicas; Fadiga constante e alterações hormonais, atrasando ou adiantando a puberdade.
É importante que os pais e responsáveis estejam atentos a esses sintomas. Confira alguns sinais de que é hora de procurar ajuda médica:
- Roupas que ficam apertadas mais rapidamente que o esperado;
- Falta de disposição ou resistência durante brincadeiras;
- Reclamações frequentes de cansaço;
- Alimentação em excesso ou comer para lidar com emoções;
Além disso, monitore o crescimento da criança com visitas regulares ao pediatra. O profissional dará orientações e dicas para cuidar bem saúde.
A prevenção é o melhor caminho. Para isso, pais e responsáveis devem estar envolvidos na rotina, criando estratégias simples, mas que ajudam na criação de bons hábitos. Os pais devem dar o exemplo ao adotarem hábitos alimentares saudáveis e praticarem atividades físicas regularmente. “As crianças se espelham nos comportamentos dos pais e demais membros da família”.
- Aumentar a oferta de alimentos naturais, como frutas, verduras, legumes e grãos integrais em casa. Facilitar o consumo desses alimentos deixando-os higienizados e prontos para o consumo.
- Evitar ter em casa refrigerantes, sucos artificiais (bebidas açucaradas no geral), guloseimas e alimentos ultraprocessados.
- Reduzir o uso de telas (computador, celular, televisão) durante as refeições para que a criança possa focar na comida e reconhecer seus sinais de fome e saciedade.
- Incentivar a criança a comer conforme seus sinais internos de fome e saciedade, sem forçar que ela “limpe o prato”. Ensinar que todos os alimentos têm seu lugar em uma dieta equilibrada e que não há alimentos “proibidos”.
- Os familiares devem parar de usar a comida para confortar, acalmar ou recompensar a criança. Devemos ajudar a criança a desenvolver habilidades para lidar com as emoções de forma saudável, evitando que recorra à comida como uma forma de lidar com o estresse ou outras emoções negativas.
- Falar positivamente sobre o corpo e evitar comentários negativos sobre o peso. Estimular a criança a valorizar seu corpo pelo que ele pode fazer, não apenas pela aparência.
- Incentivar brincadeiras e esportes que a criança goste, promovendo a atividade física como uma parte divertida e natural do dia a dia. É fundamental ensinar que a atividade física vai além da estética; ela é importante porque é prazerosa, faz bem para o corpo e a mente, e contribui para uma vida saudável.
- Visitas regulares ao pediatra para monitorar o crescimento e a saúde da criança. Profissionais de saúde, como nutricionistas e psicólogos, podem fornecer suporte adicional para criar um plano alimentar saudável e abordar questões emocionais.
Este conteúdo foi ao ar no quadro Momento Saúde, do programa Fala Paraná, da FARCOM, na última terça-feira (30). Para ouvir o conteúdo e o programa completo, clique aqui.