Assim que as temperaturas caem, o nariz começa a escorrer, as dores no corpo aparecem e bate aquele mal-estar. Com algumas medidas, é possível evitar esses desconfortos típicos da estação mais fria do ano. 

Segundo o pneumologista e professor do curso de Medicina da Universidade Positivo, Ricardo Alves para começar, é importante entender o conceito de homeostase. “É a capacidade de manter o meio interno em equilíbrio constante, independentemente das alterações que ocorram no meio externo”. 

O organismo trabalha o tempo todo para manter esse estado de controle. E, normalmente, um desequilíbrio desta homeostase é causado por múltiplos fatores. “Raramente apenas um fator, como a exposição ao frio, possa ser responsável por este desequilíbrio, embora possa ocorrer”, explica. 

O especialista explica que no frio ocorre aumento do gasto energético, ou seja, para manter a temperatura interna estável, o corpo precisa trabalhar mais. “Se o aporte nutricional não é adequado, pode haver comprometimento deste equilíbrio”. Por esse motivo, ter uma boa alimentação é fundamental. 

Além disso, o ar mais seco e frio diminui a produção de muco nas vias aéreas, diminuindo a proteção sobre o tecido respiratório. “A redução do muco facilita a penetração de microrganismos, tanto vias aéreas superiores quanto vias aéreas inferiores”. Isso aumenta a probabilidade de infecções, como resfriados, sinusites, faringites, traqueobronquites, e até mesmo pneumonia. 

A saúde mental também pode influenciar. O pneumologista alerta que situações de estresse físico contribuem para redução da imunidade. A falta de sono, exercícios físicos extenuantes, drogas, álcool e outras doenças, dentre outros fatores também podem diminuir a defesa interna do organismo. 

De forma geral, boa alimentação, hidratação e sono são fatores importantes para a manutenção da imunidade corporal.  “Destaque especial para a hidratação, que ajuda na produção de muco”. Uma boa alimentação significa uma dieta equilibrada, com proteínas, frutas e verduras ricas em antioxidantes que ajudam na homeostase.  

Dietas desequilibradas, com consumo excessivo de carboidratos, pouca proteína e quase nada de frutas e verduras são altamente inflamatórias e contribuem para o desequilíbrio do sistema imune. 

No frio, a tendência é que os espaços tenham maior aglomeração de pessoas e o hábito de manter o ambiente mais fechado para manter a temperatura agradável, ao mesmo tempo aumenta a circulação de vírus de uma pessoa para outra. “Tudo isso aumenta a probabilidade de adquirirmos uma infecção viral que é a maior causadora de diversas intercorrências do sistema respiratório”.  

Quais são os principais vírus que circulam nos dias frios? 

Os principais vírus que circulam nestas épocas de frio são vírus influenza, rinovírus, adenovírus, vírus sincicial respiratório, metapneumovírus, coronavírus (o coronavírus que já circulava antes da COVID), o próprio SARS-COV-2, vírus parainfluenza dentre outros menos comuns. E as infecções virais contribuem para infecções bacterianas subsequentes.  

Esse conteúdo foi ao ar no “Momento Saúde” da última terça-feira (04). O Momento Saúde é um quadro temático informativo sobre cuidados com a saúde, que vai ao ar dentro do programa “Fala Paraná”, da FARCOM. Você pode ouvir o conteúdo completo no site da FARCOM.

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