Anualmente, o dia 26 de março é tido como o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia. A data foi criada em 2008 com o intuito de passar à população a mensagem de conscientização sobre a doença.
A epilepsia é uma condição neurológica em que uma parte do cérebro emite sinais elétricos incorretos por alguns segundos, ou até minutos, causando manifestações como convulsões ou outros sintomas. As consequências dessas crises podem ser neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50 milhões de pessoas no mundo sofrem com a epilepsia. No Brasil, estima-se que a proporção seja de apenas 2% da população.
Uma das ferramentas para estudar e realizar exames sobre epilepsia, é a medicina nuclear. Com estudos e exames, durante as crises e seus intervalos, a medicina nuclear pode garantir uma maior precisão no foco de onde há a alteração dos sinais elétricos realizados pelo cérebro.
Segundo a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Dra. Cristina Matushita, a avaliação de focos epileptogênicos (local do cérebro onde há alterações de sinais), é de grande valia. “Em casos complexos, de difícil manejo clínico e para os quais a opção de tratamento cirúrgico é indicada, as imagens permitem identificar (ou, ao menos sugerir com grande acurácia) focos epileptogênicos, para que o tratamento seja guiado de forma personalizada”, diz.
Para ela, a medicina nuclear não exerce papel direto no tratamento da epilepsia, mas se mostra uma ferramenta importante para o planejamento terapêutico do paciente. “Não há radiotraçadores (compostos radioativos que se ligam a proteínas específicas no cérebro) que sejam utilizados com o intuito de curar as crises epilépticas. Após o procedimento cirúrgico, caso haja a suspeita de persistência de focos epileptogênicos, novamente a medicina nuclear pode auxiliar na identificação destes focos secundários”.
A medicina nuclear ainda é vista com certo receio por alguns médicos e especialistas, por envolver radiação em seus exames. “Muito se fala da exposição ao material radioativo, mas todo método diagnóstico preza pela segurança do paciente. Se há a necessidade de que ele se submeta a qualquer um destes exames que utilizam radiação ionizante, o médico nuclear (ou radiologista, em casos de tomografias) será responsável pela redução dos níveis de exposição de radiação e será capaz de orientar riscos e benefícios em todo o momento”.
Sobre a SBMN
Fundada em 14 de setembro de 1961, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) tem o objetivo de integrar, promover e estimular o progresso da Medicina Nuclear no Brasil. Constituída por médicos especialistas e outros profissionais de áreas correlatadas, como tecnólogos, biólogos, físicos e químicos, a Sociedade tem a missão de trazer inovação, conquista e aperfeiçoamento da área para a saúde brasileira, tornando-se referência nacional e internacional na representatividade da Medicina Nuclear.