Uma das campanhas de promoção à saúde do mês é o Março Azul-Marinho, que tem o objetivo de alertar a população sobre a importância da prevenção e do combate do câncer colorretal, doença que acomete o intestino grosso, o reto ou o ânus.
A cirurgiã-geral, Dra. Fernanda Tsumanuma explica que a incidência é discretamente maior no público masculino. São registrados 23,4 casos a cada 100 mil homens no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o terceiro tipo de câncer que mais afeta esse público.
O câncer colorretal está diretamente ligado ao sedentarismo, obesidade, dieta rica em carne processada e vermelha. “Então, na verdade, os locais que são mais desenvolvidos, como a região sul do Brasil, existem mais incidências da doença, por terem mais acesso a esses alimentos”. A partir dos 50 anos, a idade também passa a ser um fator de risco.
Sintomas
Numa fase inicial da doença, eles são bem inespecíficos, a maioria dos pacientes vai ter um desconforto abdominal, que não chega a ser uma dor. O sintoma que mais chama atenção dentro do consultório é alteração do hábito intestinal. “O intestino do paciente funciona de forma regular e, de repente, ele começa a ter constipação ou alguns pacientes passam a ter episódios diarreicos outros relatos que as fezes passam a ser mais finas”.
A especialista explica que quando o paciente já apresenta perda de peso, uma dor abdominal importante, uma massa nessa barriga, que já está de forma irregular ou apresenta uma obstrução intestinal, que é a parada de eliminação de gás ou fezes, já é uma fase mais tardia da doença.
Diagnóstico
Quando descoberta em uma fase inicial, 90% dos pacientes são curados. “A gente fala numa sobrevida, ou seja, num estágio inicial de todos os pacientes diagnosticados, em até 5 anos 90% vão estar vivos e com qualidade de vida”. A cirurgiã exemplifica que em um paciente em uma fase mais tardia, que seria um estágio 4, de 90%, essa porcentagem cai para 14%. “Ou seja, de todos os pacientes diagnosticados num estágio mais avançado, em 5 anos, só 14% desses pacientes vão estar vivos”.
Geralmente, a primeira consulta é feita com o clínico geral ou em um gastroenterologista. “Os pacientes que já têm os sintomas de alerta, são encaminhados para um coloproctologista ou cirurgião geral”.
A médica afirma que apenas 20 a 30% tem fator genético associado, a grande maioria é relacionada ao estilo de vida sedentário, obesidade, alcoolismo, tabagismo e a dieta rica em carnes vermelhas e processados.
Prevenção
A recomendação é que se faça a colonoscopia a partir dos 45 anos de idade. Antigamente, era a partir dos 50 anos. O exame deve ser feito a cada 3 ou 5 anos, nos pacientes que são assintomáticos. Quando os pacientes têm história familiar de primeiro grau, que já teve câncer, pacientes que têm história de doença inflamatória intestinal ou algumas síndromes. “Nesses pacientes, a gente começa a investigação antes dos 45 anos e pode sim fazer a colonoscopia”.
Então a prova a forma de prevenção seria fazer o exame de rotina após os 45 anos de idade. Mudança no estilo de vida, que seria o quê? Uma dieta rica em fibras e frutas e verduras, uma ingesta com mais peixe na nas nossas refeições e diminuição de carne vermelha e carne processada e a prática de atividade física.
Este conteúdo foi ao ar no quadro “Momento Saúde”, do programa Fala Paraná, da FARCOM-PR na última terça-feira (19).
O quadro é uma parceria entre Amigos do HC e FARCOM-PR. Nele, você encontra dicas de saúde. Para ouvir o Momento Saúde e o programa Fala Paraná, clique aqui.
