A saúde mental é essencial para uma vida equilibrada, principalmente no ambiente do trabalho. Nesse início do ano, muitas pessoas param para repensar e reorganizar a vida. Avaliar se algo está atrapalhando as suas relações, o trabalho e a sua autoestima é algo a se considerar para melhorar o bem-estar.
Segundo a psicóloga Gabrielle Sampaio, saúde mental nada mais é do que você lidar com a situação de uma maneira melhor do que ela poderia ser. “Saber lidar com os seus desejos, com as ambições, com as emoções que aparecem, com as suas capacidades ou ideias que você tem sobre as situações que acontecem no seu dia a dia”. No trabalho a saúde mental também tem grande impacto na produtividade e desempenho. De acordo com dados do Ministério da Previdência, os afastamentos no trabalho ocasionados por transtornos mentais aumentaram 28% em 2023, em relação à 2022.
Existem alguns pontos que são interessantes a gente aprender sobre nós mesmos antes de ser no trabalho, porque não tem como separar o ser humano do que ele faz. “É uma das coisas que as pessoas querem separar, mas às vezes uma coisa acaba conflitando com a outra. Seria interessante se essa pessoa conseguisse perceber o que está passando por dentro dela e entender como e quais são as emoções que ela está sentindo”.
Conhecer a rotina também é importante para o processo de autoconhecimento. A rotina até pode ser a mesma, mas a pessoa em si não é a mesma todo dia. Conhecer essa rotina de trabalho, tendo esse conhecimento geral de como ela funciona, de como que ela reage, como que ela interpreta, também pode ter influência sobre o como ela vai estar desempenhando essa saúde mental dentro do trabalho dela, porque ela se conhecendo e vai saber até onde é o limite dela.
Os sinais de quem não vai bem é quando uma pessoa está desestabilizada na sua saúde mental. Fica muito claro que a pessoa começa a ficar sem foco. Ela começa a esquecer as coisas. O raciocínio já fica um pouquinho mais lento, a produtividade vai caindo. Pode-se notar uma dificuldade de se concentrar tanto no trabalho, quanto no estudo em alguma atividade que ela goste de fazer. O sono começa a ficar muito ruim.
Às vezes acontecem em situações pequenas que são fáceis de resolver, mas a pessoa já está tão desgastada na sua saúde mental, que às vezes acontece uma coisinha mínima e a pessoa fica pensando aquilo por uma semana ou qualquer coisa é motivo para ela ter uma explosão de raiva. Ainda, aparecem os sinais físicos como dor de cabeça, palpitações, cansaço excessivo, queda de cabelo e até mesmo distanciamento de pessoas que que elas gostam de conviver.
A especialista explica que o crucial seria procurar um atendimento, porque através desse atendimento, a pessoa tem a capacidade de se conhecer. “É melhor de aprender onde está o seu limite é de aprender a reconhecer as suas potencialidades, de aprender a reconhecer onde que ela poderia se desenvolver um pouco melhor ou onde está precisando um pouco mais de atenção”. Essa seria a dica crucial. Para aquelas pessoas que não tem condições de arcar com uma terapia e o trabalho não oferece plano, os colegas podem ajudar elogiando e reconhecendo o bom trabalho desempenhado. “São palavras que fazem a diferença que dão esse ar de motivação e ela pode vir tanto do de uma pessoa que esteja ali de fora quanto de você mesmo”.
Ao perceber os sintomas em você ou alguém próximo, aconselhe e procure ajuda de um profissional.
Este conteúdo foi ao ar no quadro “Momento Saúde”, no programa Fala Paraná da FARCOM da última terça-feira (20). Para ouvir o programa e acompanhar o Momento Saúde, clique aqui.