Nesta terça-feira (25), os Amigos do HC realizaram a entrega do projeto “A Prótese de Estenose Aórtica e a Qualidade de Vida da Pessoa Idosa”, desenvolvido com o objetivo de oferecer uma alternativa terapêutica aos pacientes portadores de estenose aórtica. O projeto foi idealizado pela Dra. Deborah Christina Nercolini, do setor de Cardiologia e Hemodinâmica do Complexo Hospital de Clínicas da UFPR, e realizado com recursos da destinação de imposto de renda, pessoa física e jurídica, ao Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (FMPI). A destinação foi feita pelas parceiras Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Editora Positivo, por meio do Instituto Positivo, Nórdica Veículos, Redram Construtora de Obras e Ciapetro Distribuidora de Combustíveis.
Entre 2017 e 2018, o projeto captou mais de R$ 749 mil, que viabilizaram a aquisição de onze próteses e dos materiais auxiliares usados na Substituição Percutânea da Válvula Aórtica (TAVR) ou Implante Percutâneo de Válvula Aórtica (TAVI). O procedimento é inédito no Hospital de Clínicas, pois não é coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), devido cada prótese custar em torno de R$ 80 mil, e graças ao projeto foi possível beneficiar os pacientes com problemas na válvula aórtica.
Segundo a médica responsável pelo procedimento TAVR/TAVI, Dra. Deborah Christina Nercolini, a estenose aórtica é uma doença degenerativa que afeta pessoas idosas, sendo 4% idosos entre 70 e 80 anos e 10% com mais de 80 anos. “A válvula aórtica, que é a porta de saída do coração, passa a ficar enrijecida e calcifica, fazendo com que o sangue não seja bombeado de forma eficiente para a circulação”, explica a especialista. Com isso, a médica relata que a doença tem evolução lenta e o paciente apresenta sintomas como falta de ar, inclusive em repouso na fase mais avançada da doença, dor no peito, tontura e desmaio.
Dra. Deborah relata que a prótese valvar aórtica é menos invasiva do que a cirurgia convencional, pois dispensa anestesia geral, abertura do tórax e circulação extracorpórea. O procedimento é realizado com anestesia local e sedação, com alta hospitalar entre 48 e 72 horas e sem dor no pós-operatório, possibilitando ao paciente retornar à sua vida normal imediatamente.
O primeiro procedimento ocorreu no início de maio deste ano. Desde então, seis pacientes já foram operados com sucesso e outros cinco aguardam na fila de espera. Entre os beneficiados com o projeto, está a Dona Joana, de 84 anos, que relatou à Dra. Deborah como a sua qualidade de vida melhorou após o procedimento. “Eu não podia mais andar, eu quase não dormia, não tinha mais prazer na vida. Hoje eu ando, corro, eu saio de casa andando e volto andando, a Dona Deborah me fez nascer de novo”, relatou a paciente.
A entrega do projeto “A Prótese de Estenose Aórtica e a Qualidade de Vida da Pessoa Idosa” contou com a presença da superintendente do Complexo Hospital de Clínicas da UFPR, Dra. Claudete Reggiani, o Gerente de Ensino e Pesquisa do CHC, Prof. Dr.Rosires Pereira de Andrade, o superintendente dos Amigos do HC, Edelcio Jacomassi, dos colaboradores do setor de Projetos dos Amigos do HC e dos parceiros BRDE, representado pelo diretor Luiz Carlos Borges da Silveira e Editora Positivo/Instituto Positivo, representada por Vanessa Cavalcante.
Para Vanessa Cavalcante, representante da Editora Positivo, é uma honra participar de um projeto no Hospital de Clínicas. “O Grupo Positivo, apesar de ter um foco em educação, sempre visa à melhoria da saúde. Esse projeto em especial chamou a atenção pelo olhar para a pessoa idosa. Nos sentimos honrados em participar, ainda mais vindo do Hospital de Clínicas, que é referência no Paraná”, afirma Vanessa.